O Zikr e a Proteção do Coração
“Que são crentes e cujos corações se tranquilizam com a recordação de Deus. Não é, acaso, certo, que a recordação de Deus tranquiliza os corações?” (Alcorão 13:28)
No princípio, o zikr (a recordação de Allah pela repetição de Seu Nome) traz uma mudança no irmão ou irmã que sente novas sensações e descobre uma serenidade perdida. Mas, ao mesmo tempo, o coração começa a ser purificado pouco a pouco e se torna muito sensível às más vibrações trazidas pelos corações dos outros. Ele começa a oscilar entre o efeito positivo do zikr e o efeito prejudicial das pessoas próximas, especialmente se o discípulo estiver em companhia de pessoas más ou se seus olhos, ouvidos e boca estiverem em contato com o que é proibido.
Então o irmão diz que o zikr já não tem o mesmo efeito de antes e acaba interrompendo a sua prática, esquecendo que foi ele quem abriu o coração à escuridão do haram (proibido).
É por isso que os Shuyukhs (Mestres Espirituais) colocavam os discípulos, no início, em retiro espiritual, para consolidar as realizações do zikr antes de saírem para enfrentar a sociedade.
Como o retiro se torna difícil com as circunstâncias da vida de hoje, ele deve agora estar no coração do Sheikh, pelo vínculo permanente de amor em Allah, o chamado "rabita", e pelo jihad (o esforço) contra o nafs (a alma que deseja), que consiste em proibir-lhe tudo o que é ilícito e que pode afetar o coração.
Fonte: Artigo Dhikr et protection du coeur do sheikh Abdulaziz al-Amghari, em francês.